31 de jul. de 2009
29 de jul. de 2009
21 de jul. de 2009
Sobre encontro, amor e música.
Não foi amor a primeira vista, aconteceu de pouco a pouco, enquanto você menino, tocava suas notas e eu quase derretida o admirava de longe, meio que imperceptível. Foi nesse dia que nasceu em mim a vontade de ouvir-te tocar tuas notas outras vezes.
E no dia seguinte, naquele ensaio sexta a noite, eu pude ouvir-te melhor, conhecer o timbre da sua voz e ver o brilho do seu sorriso que apesar de estonteante não ofuscava a luz que havia em seus olhinhos orientais, tão espremidos como se fossem por sonhos. Então passei a te estudar como quem decifra uma complicada sinfonia, recheada de pausas, staccato, fusas. Mas que no final soa lindo.
Lembro-me de cada gesto teu, de quando tocava tuas notas e nas super-agudas tocavas tão natural que te olhando assim qualquer um diria ser simples aquilo, mas bem sei que não era, é que com você tudo parece ser tão fácil, bem como no momento em que me passasse às terças e tocamos juntos aquele dueto que parecia ser escrito só para nós dois e eu aproveitei para olhar-te nos olhos e compassadamente perceber que quase sem ar encostava seu saxofone na perna só para terminar aquela melodia perfeita e ao terminarmos você me sorrio bonito e me olhou como se quisesse dizer – eu não te disse que no final tudo daria certo? – e eu te sorri boba.
E depois daquele dia tivemos alguns encontros ao acaso menino, mas eu espero o dia em que está marcado para que completemos aquele dueto e numa só harmonia sentiremos a paz de ser um só, enfim [sem fim] singularizarmos. Por que aquele dueto de nome “Lado a lado” não só parece, mas foi escrito para nós. Escuto tuas notas mesmo sem poder te ver.